"ZUMBI"

A congoxa da volatilidade humana

Faz o homem, do medo, cativo,

Um morto que não morreu, um vivo

Que não tá vivo e que a morte empana.

Pra morrer, o homem, do seio térreo emana

E o pavor ao sentir que é transitivo

Deixa-o zumbizado, um semivivo

Que a presença absconsa da morte atazana.

Brindemos a vida, não dá pra viver abatido.

Fim das sensações, de cada momento vivido

Da vida que tinhas. Quais foram os proveitos

Que tiveste na conta dos teus dias, ó criatura?

Se ficarás a eternidade no fundo da sepultura

Onde os desejos e os sonhos serão desfeitos.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 28/08/2014
Código do texto: T4939873
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