"ZUMBI"
A congoxa da volatilidade humana
Faz o homem, do medo, cativo,
Um morto que não morreu, um vivo
Que não tá vivo e que a morte empana.
Pra morrer, o homem, do seio térreo emana
E o pavor ao sentir que é transitivo
Deixa-o zumbizado, um semivivo
Que a presença absconsa da morte atazana.
Brindemos a vida, não dá pra viver abatido.
Fim das sensações, de cada momento vivido
Da vida que tinhas. Quais foram os proveitos
Que tiveste na conta dos teus dias, ó criatura?
Se ficarás a eternidade no fundo da sepultura
Onde os desejos e os sonhos serão desfeitos.