Doses
Bendita seja a lua que nos vê,
Bendito seja o sol que nos colora,
Bendita a chuva fina que nos lê
Maldita a solidão que nos decora.
Maldito o tempo afoito a ir embora,
Maldita a vagareza da TV,
Maldito o ceticismo de quem chora,
Bendito o otimismo de quem crê.
Eu vivo maldizendo e bendizendo,
E o mundo segue assim me oferecendo
A bênção e também a maldição.
Há sempre sobre ti doses das duas:
Benditas são as noites que são tuas,
Malditas são as noites que não são.