Anelante
Sinto os odores das fragrâncias que exalam
Quando a tua delicada pele toca a minha tez,
Um momento para mim de intensa sensatez,
Pois até nossos apaixonados poros se falam.
Por ti amada que fico em estado de polidez,
Toda minha rudeza e indelicadeza se calam,
Porque apenas os nossos lábios se estalam;
Ao teu lado surge uma inexplicável timidez.
“Carne da minha carne”, assim faz-me viril;
Eu sou prisioneiro de ti, paixão de infância,
Que vivo diariamente em certo estado febril.
Se estar contigo é uma interessante instância,
Porque volto a meu estado puro, meio pueril;
É que nada finda o amor, nem essa distância.