MUTAÇÃO

O penar rasurante e lascivo do escuro

Desnivela a invisível reforma cipreste

E de obscura volúpia e corpo mais agreste,

A semente germina no vácuo maduro!

E na opressão possível do fanado teste,

O silêncio desvela nas rochas do muro

Entre o tal resplendor do núcleo mais impuro,

Que a tênue sombra e o vil fascínio se reveste.

No nível mais arfante da plácida forma,

A ríspida substância afigura-se espessa

E os calvos ambientes respaldam a norma,

Como seco horizonte de moldura avessa,

Que a névoa mais fremente refulge e deforma

O espaço do mutante escorbuto da peça.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 23/08/2014
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