MUTAÇÃO
O penar rasurante e lascivo do escuro
Desnivela a invisível reforma cipreste
E de obscura volúpia e corpo mais agreste,
A semente germina no vácuo maduro!
E na opressão possível do fanado teste,
O silêncio desvela nas rochas do muro
Entre o tal resplendor do núcleo mais impuro,
Que a tênue sombra e o vil fascínio se reveste.
No nível mais arfante da plácida forma,
A ríspida substância afigura-se espessa
E os calvos ambientes respaldam a norma,
Como seco horizonte de moldura avessa,
Que a névoa mais fremente refulge e deforma
O espaço do mutante escorbuto da peça.
Ângelo Augusto