A ESTÁTUA DE UM DESENHO

Exposta ao tempo e ao vento, ela não fala,

O artista dela tão somente vi-o,

A desenhá-la quando estava frio,

Embora em ferro não possa tocá-la.

Em volta dela tinha um grande rio,

E só num tiro efémero de bala,

A pistola queria então beijá-la,

O desenho parado, apenas, li-o.

O sol, a negra sombra sempre vence-o

E em cima dela tinha uma águia

Que pousava na imagem do silêncio!

Pese a guerra, de longa vista alague-a,

Parecia uma obra feita ao cabo

Da malvadez de um homem do diabo.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 22/08/2014
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