A CORUJA
A chuva cai na pedra sempre suja,
Enquanto a noite foge para o dia
E ao mesmo tempo ouve-se a coruja
A cantar uma triste melodia.
Ela pousa na pedra gasta, cuja
Alma sente o receio de agonia,
E antes que a fria chuva já lhe fuja,
Vê a pedra na mesma sintonia.
O tempo que gastou a pedra dura,
Fez o mesmo ao encanto de amor dela,
Pois no seu canto já não mais perdura!
Resta que alguém de amor consiga vê-la
E que sinta a paixão de tal loucura,
Que a enxergue como a sua amada estrela.
Ângelo Augusto