CANTAI...

E quando enfim chegar minha partida

Nos vesperais tristonhos dos outonos

Cantai ó passarinhos minha ida

Nos galhos destes pés de cinamomos...

Cantai ó ventos tristes pelos ares

Passando nos beirais do meu casebre

Cantai ó passarinho os teus cantares

Cante Senhor Silêncio a hora fúnebre!

Pois hei de ouvir na alma onde estiver

O doce gorjear dos passarinhos,

E o canto deste vento suave e fundo...

Cantai ó passarinhos, cantai tristes!

Cantai por minha vida que inexiste,

Pois eis que fui embora deste mundo!

Arão Filho

São Luís-MA, 19.08.2014