DEVANEIOS
Vendo o céu emoldurado
No retângulo da vidraça,
Eu sinto que o tempo passa
Em seu galope calado...
Como nuvens lado a lado,
Esvaindo-se em fumaça,
A vida torna-se escassa
Como um saquitel furado...
Vão-se o orgulho, a vaidade
E até a felicidade,
Perdidos pelos espaços...
E o amor que eu bem queria,
Como é que eu poderia
Tê-lo contido nos braços?