“O TEMPO, A MORTE E O HOMEM”
Ao nascer, o homem tem seu bem mais querido,
A vida, mas, o tempo este solvente corrosivo
Amolece-lhe os ossos. Da sibarita se vê ablativo.
Declivoso, nota: Um aborto melhor lhe teria sido.
Do tempo primevo, conclui: Que me valeu ter vivido?
Do tempo senil, indaga: Que me vale está vivo,
Se de nada sou senhor, se de ninguém fui cativo?
Nem lembranças tenho deste homem esquecido.
A labareda dos seus sonhos já não fumega...
Morre. E a Gaia, seu bem mais querido entrega...
A matéria, pelo verme cabouqueiro será banqueteada
Há seu tempo o homem se vai, levado a gosto alheio,
Mostrando aos vivos no seu último e eterno passeio
Que ante o tempo e a morte o homem é nada.