Soneto da Decadência
Olhos observadores que se fecham
Com o inevitável rumo dos fatos.
Amedrontados, não se interessam
E agem como os mais covardes ratos.
Na decadência, o mundo parece em
Chamas, sem saber por onde se vai.
No fundo no fundo os olhos sabem
Das covas amargas que o mundo cai.
Oh olhos porque não interrompestes
O sofrimento? Vistes tudo devagar
Chegando e fazendo os seres chorar.
Oh olhos porque ainda depois insistes
Em negar? Já é tempo do sofrimento
no qual estamos as sós sobrevivendo.