Em transe...
No meu quarto, a lareira já apagada
e no horizonte já é quase alvorada;
tão solitária e triste eu ainda te busco
pelas cinzas... no aroma do chamusco...
O fogo se apagou na madrugada;
mas eu em transe quase desvairada
me apaguei nesse adeus cruel e brusco;
e a sangrar, no abandono e dor me ofusco.
Já não há mais qualquer calor... só esse frio...
nas sombras da parede só o teu vulto
pungente e glacial qual pranto que oculto.
Como posso dormir? Não tenho sono;
à deriva sem mim, vogo... sem dono
o frio é intenso... sangro só a mi’a dor...
( Imagem: facebook)