QUANDO SE CALAM AS VOZES
( Inspirado no "SONETO AO ACASO" )
de Luciê Ramos - O PUETALÓIDE -
E devagar... foi morrendo tudo, dentro de nós.
Tantos sonhos que ficaram irrealizados, perdidos
porque não tivemos tempo sequer, correu atroz
a vida, e nos negou tantos fados queridos...
Primeiro a morrer, foi o encanto, tanto, proclamado,
vindo de nossas almas em conjunto assim amando.
Depois a ternura, o carinho que havíamos jurado,
um a um, se desfazendo e em nada se tornando...
Também os versos, canções, juras de amor escritos
aos amores, que num apagar de luzes, foi extinguido
porque a vida se esvaiu, acabou, nos tornou desditos.
Então, quando calar a voz que hoje rasga-nos o peito,
com certeza teremos também, dentro de nós morrido
toda a nossa poesia e o amor que no âmago foi feito...
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- Interação do meu querido Aleixenko -
Onde quer que vamos filas intermináveis
De idosos, adultos e crianças
Parecendo objetos descartáveis
Sistema de Saúde pública sem esperança
Sabemos de quem é a responsabilidade
Dos governantes, nossos algozes
Tudo por aceitarmos esta temeridade
É quando se calam nossas vozes
Os médicos... arrotam que são doutores
Os políticos nos acham jumentos
E os juízes se imputam superiores
O pouco-caso torna-se notório
Mais e sempre mais... sofrimentos
Este descrédito com o povo é vexatório