A COBRA

De veneno letal, já ela mata

As vítimas humanas como um isco,

Que lhe servem só de bom petisco,

Embora mais pareça tão pacata.

E tal como acontece a um pobre pisco,

Que se encontre sozinho lá na mata,

Ela procura a forma mais exata

De o caçar ao pisar o puro risco.

Ela só se disfarça pela morte

Da vida de inocentes criaturas,

Levando na barriga as sepulturas

Dos corpos que não têm qualquer suporte,

Para evitar o inferno em passaporte,

Das almas de sangrentas mordeduras.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 12/08/2014
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