A COBRA
De veneno letal, já ela mata
As vítimas humanas como um isco,
Que lhe servem só de bom petisco,
Embora mais pareça tão pacata.
E tal como acontece a um pobre pisco,
Que se encontre sozinho lá na mata,
Ela procura a forma mais exata
De o caçar ao pisar o puro risco.
Ela só se disfarça pela morte
Da vida de inocentes criaturas,
Levando na barriga as sepulturas
Dos corpos que não têm qualquer suporte,
Para evitar o inferno em passaporte,
Das almas de sangrentas mordeduras.
Ângelo Augusto