FOLHA EM BRANCO
Sou esta folha em branco e nada escreves
Nas minhas pautas longas destinadas
A nunca serem lidas belas, leves,
Com rimas de teus versos bem bordadas...
E dobra-me, vazia, pois não deves,
Sentir qualquer vontade versejada;
Qualquer que seja o verso triste, breve;
Não fere a mim com letras copiadas!
Depois de rota e tanto desprezada
Atira-me na rua, ali, amassada,
Sem despejar em mim a tua paixão...
O vento vem e me arrasta bem distante,
Levando em minhas pautas, soluçantes,
O ermo dos teus versos, vagos, vãos...
Arão Filho
São Luís-MA, 11 de Agosto de 2014