OH, VIDA...
Oh, vida efémera que nada és
Como que tudo sejas neste mundo,
E que caminhas dura de teus pés
Ao redor dum vazio teu profundo...
Assim no tempo já de lés a lés,
A tua essência apenas luz segundo
A sorte ocasional que está ao rés
Da origem do universo moribundo.
Estás no espaço ausente do infinito,
Como que a borbulhar no indecifrável
De Deus, que se assemelha a um nobre mito!
Embora venhas de algo contestável,
O teu silêncio solta um puro grito
Contra tudo o que seja mais provável.
Ângelo Augusto