OH, VIDA...

Oh, vida efémera que nada és

Como que tudo sejas neste mundo,

E que caminhas dura de teus pés

Ao redor dum vazio teu profundo...

Assim no tempo já de lés a lés,

A tua essência apenas luz segundo

A sorte ocasional que está ao rés

Da origem do universo moribundo.

Estás no espaço ausente do infinito,

Como que a borbulhar no indecifrável

De Deus, que se assemelha a um nobre mito!

Embora venhas de algo contestável,

O teu silêncio solta um puro grito

Contra tudo o que seja mais provável.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 11/08/2014
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