BARCO A BEIRA-MAR
Pedra - PE, 20 de março de 2004
Senhor, eu não tenho onde cair morto.
Sou um barco a vela a beira mar
Aquebrantado, carcomido, todo torto
Sem alguma âncora para segurar.
Assim me encontro senhor. És o porto
Para onde eu só quero navegar.
Mas sou tão pequenino, um aborto
E não consigo a minha meta chegar.
Outros mundos, Senhor, quero desbravar;
Jamais consigo com a minha lentidão.
Sou apenas um barquinho à beira-mar
Sem proa, sem impulso, sem timão.
Contudo, só tu és o vento a me soprar
Impulsionando-me ao caminho da perfeição