Missiva
Eu estou doente, minha querida,
Desde aqueles entristecidos dias;
E quando nas altas horas vadias,
Penso se posso curar esta ferida.
Não sei se posso ir a outras vias,
Pois de mal eu fiquei com a vida,
Desisti até de comer boa comida,
E esqueci todas as minha manias.
Não preciso e nem quero remédio,
Juro que assim eu estou contente,
Até já me acostumei com o tédio.
Não te esqueço mesmo que tente,
Mas queria, para acabar o assédio
Da lembrança que ainda é recente.