Soneto da tua ingratidão
Quantas vidas errantes me dava
quando tu me olhavas e sorria,
quantas mortes letais me matava
quando teus olhos aflitos eu via
quantas dores a noite me atava
e a trégua insana, de pé me feria;
quanta fúria cega me sangrava
mas teu corpo enxuto me mantia
Se a penúria de não mais existir
for a sina desta tua vaga ingratidão,
meu peito traga o luto de viver
onde jamais lhe tivesse visto;
que alma nenhuma soube sentir:
deixe-me a gloria, - a tua solidão!
02 de agosto de 2014