O SILÊNCIO DA PARTIDA

Eu nunca consegui me despedir de um dos meus,

E sempre nestas horas, eu me calo em reticências,

É que meu coração não compreende sua ausência,

E minha língua nunca soube articular um “adeus”.

E eu, que jamais tive raízes ou um pouso certo,

Quantas vezes tenho vivido amargas despedidas,

E quantas vezes no instante inevitável da partida,

Tenho fechado a boca estando o coração aberto.

Quais termos seriam, então, os mais apropriados

Para explicar o mister de se separar de alguém

Cujas alegrias estiveram postas sob seus cuidados?

O certo é que para estes momentos há ninguém

Que tenha um discurso previamente preparado

No qual descreva exatamente o amor que o tem.

Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 06/08/2014
Reeditado em 25/01/2017
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