O SILÊNCIO DA PARTIDA
Eu nunca consegui me despedir de um dos meus,
E sempre nestas horas, eu me calo em reticências,
É que meu coração não compreende sua ausência,
E minha língua nunca soube articular um “adeus”.
E eu, que jamais tive raízes ou um pouso certo,
Quantas vezes tenho vivido amargas despedidas,
E quantas vezes no instante inevitável da partida,
Tenho fechado a boca estando o coração aberto.
Quais termos seriam, então, os mais apropriados
Para explicar o mister de se separar de alguém
Cujas alegrias estiveram postas sob seus cuidados?
O certo é que para estes momentos há ninguém
Que tenha um discurso previamente preparado
No qual descreva exatamente o amor que o tem.