A morte a tudo vence
Se a morte a tudo vence, esse fado
Corrompe com primor o ouro e a prata
Se tempo atroz em tudo desbarata
Não pode a formosura ser poupado
Se a rocha que com o tempo desmantela
E a primavera que seu brilho apaga
É tal a graça que cedendo a vaga
Sucumbe a paga cruel das mazelas
O tempo que é perfeito em desventura
Quem pode contornar cruel destino?
Pois breve sãos os tempos de menino
Saudades que se esvai na sepultura
A vida passa mas os versos vão viver
E debochar do tempo todo seu poder