“PUTULENTO”

Queria fazer tantas coisas, não pude,

Porque a morte, ora, me impede.

Hoje, sou matéria orgânica que fede

Esticado dentro dum lustroso ataúde.

Jovem, aproveite a sua juventude,

A beleza e o vigor de forma plena,

Antes que o tempo tenaz, sem pena

De você, tudo isso em nada mude.

A juventude, árvore que o tempo poda,

Beleza e vigor ficarão fora de moda,

Assim, terá dias sem deslumbramento,

Por fim, todos se acabarão como eu:

Teso, frio... E que o mundo esqueceu

Dentro dum caixão, o cadáver putulento.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 05/08/2014
Código do texto: T4910349
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