“PUTULENTO”
Queria fazer tantas coisas, não pude,
Porque a morte, ora, me impede.
Hoje, sou matéria orgânica que fede
Esticado dentro dum lustroso ataúde.
Jovem, aproveite a sua juventude,
A beleza e o vigor de forma plena,
Antes que o tempo tenaz, sem pena
De você, tudo isso em nada mude.
A juventude, árvore que o tempo poda,
Beleza e vigor ficarão fora de moda,
Assim, terá dias sem deslumbramento,
Por fim, todos se acabarão como eu:
Teso, frio... E que o mundo esqueceu
Dentro dum caixão, o cadáver putulento.