Enfim a sua carta

Alice, do corte o sangue pulsa e goteja

formando tantas manchas negras ao carpete

Sabe que sangra apenas porque o deseja

do mesmo modo são as lágrimas que verte

Olhar não desvie, ao menos hoje, me veja!

Sua boca, por obsérquio, não a deixe inerte.

Quando claramente meu semblante esbraveja

algumas mágoas que meus demônios diverte.

Neste momento do mais puro nervosismo

A caneta à mão, por pressionar, estoura

sujando meus dedos, escorrendo ao pulso

Por um sórdido gargalhar vindo do abismo

de sua palma o fino corte d'uma tesoura

que transgrediu à carne num pequeno impulso