VELHAS CARTAS DE AMOR
VELHAS CARTAS DE AMOR
Quantas cartas de amor escrevi, exaltando
Um ardor momentâneo, íntimo tormento;
Escancarando a alma, o coração clamando
Sua dor, sem pensar no próprio detrimento.
Quantas cartas de amor escrevi, versejando:
Rimas ricas, perfeitas, sem qualquer sentimento;
Apenas ilusões levavam, demonstrando
Como é fácil largar-se palavras ao vento.
Velhas cartas de amor, de ausência serena:
Relembradas?... quem sabe vistas com saudade?..
Disso eu nada sei... E dizer-me, quem há-de?
Se perdidas, rasgadas, queimadas, esquecidas,
Que sejam... são agora parte de outras vidas,
Rele-las outra vez, pensei... nem vale a pena!