SONHOS SEPULTOS

Sem poder suportar tua ausência,

enclausuro-me em dor, devaneio,

sobre sonhos sepultos vagueio

e não vejo cessar a plangência.

Aturdido por dura carência,

fito o manto celeste em passeio:

de tristura o luar está cheio,

das estrelas se foi a imponência.

Uma angústia cruel me flagela,

nesta cama, a saudade é procela

que castiga minha alma dorida.

Ah, queria de volta os olores,

tuas vivas, miríficas cores

a meu plúmbeo jardim dando vida.