Chorando aos montes
Quando o trem vinha se aproximando,
Gustavo corria ansioso para a estação.
Ficava ali, ao lado da coluna expiando
Como expectador de uma sonata na hora do refrão.
Via ele, cabeça por cabeça, cada um desembarcando,
Uns sorridentes, açodando na alegria dum abraço,
Outros em tamanho choro desatando...
E ele, ansioso por uma bela surpresa, esperando(...)
Malas que se amontoavam, vozes que se ouviam...
O sol se pondo languidamente no horizonte,
Crianças correndo para quiosques que doces vendiam...
E Gustavo, já entristecido, chorando aos montes
Sentindo a real dor de ter perdido sua amada
Que não retornara, por ter fugido com um amante!