“SEM SAÍDA”
Que maravilhas se podem contar
Estando preso em uma tumba?
Se do morto nenhuma voz retumba
E lembranças no sepulcro não há?
Não há glória a quem desce à escuridão,
Lá, ninguém encontrou a sumetume.
Os vermes já a espera do chorume
Do morto esticado em um caixão.
Todo homem vivo, então, verá a morte,
Morre o ancião, morre o mancebo forte!
Essa predadora não há quem enrusta...
Sendo assim, da vida, eu me deleito...
Os amigos eu amo, os inimigos eu respeito,
Esperando que seja a minha morte justa.