Escárnio
“Cortarei minhas mãos para mais nada quebrar;
Minha língua, para não mais sandices falar;
Meu coração, para não mais sentir;
Dilacerar-me-ei por inteiro para não mais errar”.
Pobre açougueiro de vossa alma,
Queres mesmo ser assim?
Sofrer para não lutar,
Perder para fugir?
Há tanto a que temer,
De si próprio desistir,
E de teus sonhos ceder?
Pobre açougueiro irás mesmo te destroçar?
Te destruir?
Ou no túmulo de tua felicidade chorar?