CAMÕES RESPONDE
ERROS MEUS
- Luis Vaz de Camões -
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava o amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das coisas que passaram
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa que a fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que faltasse
Este meu duro Gênio de vinganças!
_____
Soneto musicado por Alain Oulman > Link
https://www.youtube.com/watch?v=7PbZF8enCVE
MEUS ERROS
- Hermílio -
Meus erros qu' em minh’alma a sorte sente,
Nos mares dos meus sonhos naufragaram.
Dos erros, os acertos que restaram
São momentos felizes de repente.
Se o que passei divide o meu presente
Antes, depois, se mal e bem causaram
Lembrança e esquecimento me ensinaram
Meus erros esquecer pra ser contente.
Errei no vão percurso dos meus anos
Deixei que a sorte a vida castigasse
E as minhas ilusões e esperanças.
Meus ganhos foram acertos; erros, danos.
Quem dera que dos erros me salvasse
E vivido eu tivesse só em bonanças.
_____
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
Luis Vaz de Camões -
ERROS MEUS
- Luis Vaz de Camões -
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava o amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das coisas que passaram
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa que a fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que faltasse
Este meu duro Gênio de vinganças!
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Soneto musicado por Alain Oulman > Link
https://www.youtube.com/watch?v=7PbZF8enCVE
MEUS ERROS
- Hermílio -
Meus erros qu' em minh’alma a sorte sente,
Nos mares dos meus sonhos naufragaram.
Dos erros, os acertos que restaram
São momentos felizes de repente.
Se o que passei divide o meu presente
Antes, depois, se mal e bem causaram
Lembrança e esquecimento me ensinaram
Meus erros esquecer pra ser contente.
Errei no vão percurso dos meus anos
Deixei que a sorte a vida castigasse
E as minhas ilusões e esperanças.
Meus ganhos foram acertos; erros, danos.
Quem dera que dos erros me salvasse
E vivido eu tivesse só em bonanças.
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Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
Luis Vaz de Camões -