Carrilhão




Carrilhão

No meio da noite,soturna melodia,
Batidas,duro açoite de um carrilhão.
Ecos d’alma aflita,sentida agonia,
Amor delirante ,oprime o coração!

Em tosca madeira,sob porta de vidro,
Oculta ,sem mentir,toda realidade,
Em cada badalada,fria,em meu ouvido,
Retumbante,sonoro grito de saudade.

Quedo-me,silente,deveras,absorto...
Súbito,o carrilhão,emudece e cala,
O velho relógio,parecia,assim,morto!

Negara-se a falar de um esquecido bem .
Bati-lhe na porta,esmolando migalha,
E o pobre badala doce nome d’alguém...