PAIXÃO INTRÍNSECA OU DA CRUEL FASE

E, nessas horas mórbidas, ou quase...

O sol não me transmite mais facécias;

e a falta costumeira da Lucrécia,

compõe este quadro sem palavras, frases!

E não consigo ter nada por base,

nesse meu descompasso -controvérsia-;

vivo envolto em determinante inércia,

num mundo abstrato, nessa cruel fase!

E a lua quando vem, vem à mingua,

trazer-me a solidão igual a uma íngua,

a corroer-me a tez sem mais verdades...

E, na manhã vindoura, o sol esplende;

e a minha paixão intrínseca compreende,

que sou apenas mais um nesta cidade!

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 19/07/2014
Reeditado em 19/07/2014
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