SONETO DO DESABAFO

Pedra - PE, 27 de agosto 2003

Tu dizes que valoriza um grande amor.

Pelo que vejo não passas de uma farsante

A qual se diz defensora, uma amante

Desse sentimento de um raro esplendor.

Como podes ser tão fingida e sem valor

Ao declarar que o considera importante

Se não foste capaz de acolhê-lo no instante

Que o mesmo se fluiu ao seu interior.

Quem ama é capaz de fazer loucuras,

De enfrentar sofrimentos, aventuras

Que o destino sempre faz aparecer.

Gélida, quem ama aceita, se doa.

Arisca-se. Vive sem rumo, por aí à toa

Coisas que não foste capaz de fazer.

Leonires Di Olliveira