O VALE DAS ABRÓTEGAS
Por entre pinheirais e matagais, voltado ao norte
A meia milha entre Candoso e as Senhoras do Monte,
Estende-se um musgoso vale, esverdeado horizonte,
Qual manto acolhedor do mais finíssimo recorte.
Ressurge em cada ano neste fresquíssimo vale
Em anúncio encantado da esperada Primavera
E num hino esfusiante, já com o Verão à espera,
A abrótega-princesa a quem nada se equivale.
Rainha da floresta, a mais bela das brancas flores,
Todos a colhem para o enfeite das moradias
Ampliando a energia como fonte dos amores…
Há festas e girândolas, nos sinos badaladas,
Tapetando os caminhos com cânticos e harmonias
Em vida que desperta no abrir das madrugadas.
Ó minha esbelta flor, se há anjos d´ asas sem labéu,
Tu és o astro que na terra nos reclama o Céu!
Frassino Machado
In CANÇÃO DA TERRA