SONETO DE DESVENTURA


Porque chora, a alma, dolorida
Em angústia, em dores, maldizente?
Por que chora a alma, descontente
Como nada houvesse-lhe em guarida?

Porque chora, a alma, incontida
Em tristuras, agruras, reticente?
Em lamentos e mágoas, inclemente.
Qual, em dores e lágrimas, desmedida?

Chorará, essa alma, em desventura?
Por ausência ou falta de candura,
Que a fez tristonha e descontente?

Ou nos chora a alma em desvalida,
Como dores e angústias desta vida
Lhes houvesse de ser... Pra sempre?

                        Puetalóide



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SONETILHO DA TRISTEZA INCONTIDA


Chora em prantos a alma minha
Pela distância entre nós
Por não ouvir tua voz
Por não seguir tua linha

Soluços, sussurros roucos
Na boca gosto de sal
Os olhos vermelhos foscos
No peito opressão total

Choro o querer e o não ter
Teus braços a me envolver
Oh! Venha secar meu pranto?

Preciso de ti criatura
Livra-me desta clausura?
Venha ser meu acalanto.

                         Madalena de Jesus



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A ALEGRIA DA ALMA


Rejubila-te Oh! Alma insana,
Não vês que o amor te habita?
Que em Teu Ser, um Deus palpita?
Que lágrimas te tornam mais humana?

Qual mulher vivente na choupana,
Que cuida de todos e é bonita,
Apesar de pobre ela é bendita,
E o tempo nem seu viço afana?

Deixa para trás a tua desventura,
Recupera da infância, a candura,
Distribua amor aos borbotões...

Há dentro dos Seres tanta doçura,
A fonte inegostável de ventura...
Basta apenas abrir os corações!

                         Adria Comparini



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DESVENTURA


Estes versos são de tristeza pura,
Que traduzem a mais profunda dor,
São lamentos deste pobre trovador,
Esta alma sem brilho e sem alvura.

A pena rasga o papel sem mesura,
Declara ao mundo com triste langor:
Como posso viver sem meu amor,
Sem seu carinho, sem sua doçura?

Derramos nestas linhas, sentimentos,
Carregados de tristezas e lamentos,
Um concerto de notas angustiantes.

Ah... se ela soubesse como é doída,
Como minh'alma chorou na partida,
E como a amo... inda mais que antes!

                         Marcos Mollica