SONETO PÓS VENTURA

Tentarei agora juntar as sobras,

do pó inalado pelas drogas,

o óbito tragado pelo céu.

De quem é o corpo coberto pelo véu?

O beijo da morte cedo lhe trago,

e onde está você eu não sei mais,

condensado pela velocidade do estrago.

Tudo o que tivemos, já não teremos mais.

Mas antes que isso aconteça,

eu irei deitar na tua cama, a tua direita,

pra que possamos mudar as órbitas dos planetas,

e se virá a chuva, esperaremos então que amanheça.