AMOR CONCRETO

Depois do acidente, olho
olho e meio: meio enxergo,
meio perco. Do julgar, postergo
imaginares; disfarço, escolho

o que vejo. Na contraluz
que se revela, o amor expõe
o que não vi. Teu vulto me seduz
e sofro a ausência que se impõe.

Não te ver de olhar concreto
sugere fantasias multiplicadas
e o futuro se perde em nadas.

Queria te ver nas escapadas
do proibido, em luas desoladas
por não saber de um amor repleto.