Potranca Selvagem
Esse meu animal, selvagem e louco,
que desatina os teus mais secretos,
é um animal acuado que, por pouco,
não te sangrou nos teus concretos;
Esse meu animal com olhos de fogo,
- verdejante em íris de mais matar -
não se submete a flama do teu jogo
e te espreita nas tuas farsas de amar;
Essa cavala, égua prenhe e força bruta,
não se subjuga ao teu delírio de homem,
nem se detém ao peso de qualquer luta;
Encara o trotado e o desafio do risco,
é cana brava ao engodo da tua fome
- e cavalga como um demônio corisco -