Enfado parnasiano (ou não...)
Eu tenho pensado em rimas de truz,
em motes regrados e versos perfeitos,
em ricos recursos (oh, vasos azuis!),
no positivismo de certos efeitos...
Porém quero além do que a forma traduz:
poemas são mais que lição - mas, não, eitos!
Descreio em cristão que, pregado na cruz,
a ela se apega por meros conceitos.
Ideias inertes merecem divã;
detalhes demais desenfeitam, também...
A arte, per si, satisfaz? Eu duvido!
Prefiro poema com grade pagã,
sem carnes pintadas de azuis, sem vintém...
Poema gaiola? Melhor nem ser lido!