A MALDADE DO TEMPO
Oh meu João Batista, estou aqui e agora
A te rogar perdão, a ti e ao Pedro amigo.
Não esqueci a data a mim e a vós. A aurora
É que me falha. Acordo tarde. Eis meu castigo!
A idade avança e o tempo vai-se indo embora.
Já não leva o cabelo apenas. Vão consigo
A coragem e a força... Aos poucos longe mora
O gosto de viver. Comigo o tempo ido...
Agora e só agora eu sei que o tempo é assim.
Leva tudo de bom e deixa para o fim
A solidão tão só e nada do que fui!
Viver é muito bom... Ser velho é que não presta!
Do que no ontem fui, São Pedro, nada resta.
Nada meu São João! O tempo a tudo rui...
01.07.2.014 às 19 horas e 40 minutos