Soneto do desamor
Vém casamata, desabriga-me o peito!
Vém com destreza, fortaleza, esplendor.
Vém catimplora do meu sangue! Aquece a dor!
Se és desejo do meu ser, sublime pleito.
Vém cavalgar no meu amor, ora suspeito,
Vém rapinar meu coração, viril condor!
Vém qual ladrão de sentimento, usurpador!
Vém desfazer grande fulgor que eu fiz bem feito.
Mostra entretanto, um sentimento não plausível,
Ri do meu pranto, me tratando com desdém.
Carrega assim, um sentimento irredutível,
Da estrondosa investida, vai além.
Tudo em você, é transparente, é visível,
E tem calor, e tem fervor... amor não tem.