OLHARES DE MEDO
Então flanando em fervescente isolamento
entre pessoas que dessabem sua vida,
enfia a fina agulha haver no pensamento
a fim de enfim achar razão para a investida.
E encontra cada olhar perdido em desalento
de alguns fantasmas abrigados na guarida
de sua essência mais profunda, o sortimento
para a constância de existência combalida.
Olhares no âmago, inflamados de temores
e carcomidos, sufocados de amargores
se digladiam, se devoram entre si.
Descobre, o medo arfante em tais febris olhares
dos invasores de seus íntimos estares,
o quanto é idêntico ao da gente toda ali.