OLHARES DE MEDO

Então flanando em fervescente isolamento

entre pessoas que dessabem sua vida,

enfia a fina agulha haver no pensamento

a fim de enfim achar razão para a investida.

E encontra cada olhar perdido em desalento

de alguns fantasmas abrigados na guarida

de sua essência mais profunda, o sortimento

para a constância de existência combalida.

Olhares no âmago, inflamados de temores

e carcomidos, sufocados de amargores

se digladiam, se devoram entre si.

Descobre, o medo arfante em tais febris olhares

dos invasores de seus íntimos estares,

o quanto é idêntico ao da gente toda ali.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 07/07/2014
Código do texto: T4873111
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