O Mercenário do Desejo
Mercenário do Desejo
(Soneto)
Afugentar queria os devaneios…
As vozes que me fazem transmutar;
As mentiras que para me instigar,
De tudo são capazes sem rodeios.
Vaticínios que não me dão receios,
Aqueles que me fazem avançar,
Rumo ao arrepender que há-de chegar…
Sinistros para os quais não tenho freios.
Esses biltres que um dia trucidei…
Em sua sujidade me despejo,
Pertenço ao seu quejando, sim eu sei.
Ao perceber a hipótese, latejo,
Diz-me este proditor que despertei!
Sou mais um mercenário do desejo.
André Rodrigues 6/7/2014