VESTINDO LUTO
Odir Milanez
Claro na noite, em noite escura, penso
no que foi do que fiz errado e certo,
no festivo das horas, no deserto
do mar da minha vida, agora imenso.
Penso no que pensei a um riso apenso
à boca que se cala, longe e perto,
ao corpo que se deu destino incerto
e ao nunca mais demais se fez propenso.
Claro na noite, o vento devoluto
diz-me coisas sem credo e lucidez,
e não lhe entendo nada do que escuto.
Então, em acolhimento absoluto,
escutando-lhe a voz mais uma vez,
para jamais ouvi-lo visto luto!
JPessoa/PB
04.07.2014
oklima
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Sou somente um escriba
que ouvia a voz do vento
e versava versos de amor...
http://oklima.net