O reflexo de Narciso
Viu na imensidão da água límpida
A imagem que lhe daria sentido
Naquela hora demasiada vívida
Sem saber que estaria perdido
Olhou bem fundo no belo reflexo
Extasiado em sua beleza atroz
Nem percebeu como ficou perplexo
A insensatez lhe caiu leve e veloz
Inebriado pelo belo homem que via
Liberou o desejo que então reprimia
E jogou-se na água, se afogando
Assim também somos, como Narciso
Neste nosso vil desejo, tão indeciso
Na vida, mas aos poucos nos matando