Ronda
Tal qual um guarda noturno,
Pensando sem cessar no fim
Da vigia, é o ocaso em mim;
Fico em zigue-zague diurno.
Lembro teus lábios carmim,
Prová-los guiava meu turno,
Sem eles tudo ficou soturno,
Penso em ir para um confim.
Minha rota, hoje tão confusa,
Ficou assim, em má ventura,
À busca de uma nova deusa.
Se ir sem fim me faz agrura,
É por manter a alma reclusa,
Após perder paixão tão pura.