À míngua
Vejo que meu peito está em implosão,
A falta de um amor que me faça vivo,
Hoje me faz sentir que me falta crivo,
Às vezes, penso que já nem estou são.
Nem ouso sonhar, e tudo é subjetivo,
Pois meu próprio ser vive uma elisão,
Com o humor em completa corrosão,
Logo eu que quis ser sempre efusivo.
Quanto tempo para me sentir inteiro,
Agora que desintegrado eu me sinto?
Queria que um fim chegasse ligeiro.
Sem amor, meu ser se sente extinto,
Que é tão difícil voltar a ser solteiro,
Pois amar faz parte do meu instinto.