SONETO DOLORIDO
Por quem canto, as vezes, alucinadamente?
E como se, cantando, acarinhasse o âmago?
À quem digo de amor... À quem reclamo...
Como me houvesse de ser eternamente?
À quem canto, por vezes, descontente?
À quem juro o amor... E lhes proclamo?
À quem, desatinadamente, eu amo?
E canto, por vezes, tão sublimemente?
À quem canto, por vezes, em desventura?
- Quem me merecerá tanta ternura?
- Quem, sublimadamente, minha alma oculta?
Talvez eu cante à Musa adormecida!
Ou tentando driblar as angústias da vida!
- Eu canto por Ela... Que não m'escuta!
Puetalóide
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Comentário Em Destaque!
Hoje passei meu domingo "fazendo de conta" que ainda "era cedo" para admitir a melhor escolha poética deste dia.
Nem sei porque insisto em ousar divergir de minhas próprias preferências literárias.
Mas, o que fazer quando "se tem o dom de ter nascido (in) válido mesmo sem ter nascido" ... sempre será assim, meus dizeres a qualquer verso que venha de tua pena.
Não somente porque sou "apaixonada" no seu modo de dizer tão único e próprio - a revelar a essência do que verdadeiramente é possível sentir - de versar o "porque e o senão"... das delícias de sermos e sentirmos o que nossa alma nos revela, ainda que através de versos.
Amo e sempre amarei profundamente sua essência.
Beijos, com ternura e afeto sempre!
Liliane Prado
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Convite à Vida
Que acordes ouço nesta tarde calma...
Harmonias que me aprazem... despertam
Que doces sons meu coração acertam
Que violões derramam luz em minh'alma?
Mas por que às vezes, a tristeza espalma
E sem querer, as dores vêm e me apertam?
Talvez as esperanças... que acobertam
Estejam longe onde não há viv'alma...
Entendo agora... é teu o canto que escuto!
Como te enganas!... Não estou adormecida...
Teu canto dorido... da distância o fruto
Chega até aqui e me chama pra vida...
Encantada... não perderei minuto!
Juntos destruiremos a angústia havida!
Esther Lessa
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Ah, meu amigo, se ela soubesse!
Se por um momento lhe desse atenção!
Se a ouvi-lo, ela se dispusesse!
Poderia viver a emoção
Que nos faz cantar ao vento e rir à toa...
Talvez, se deixasse levar, então
Pela melodia que o Poeta entoa.
E lamentaria o tempo perdido!
Imagino o amor correspondido...
O coração a pulsar de alegria,
Tendo ao seu lado a linda donzela,
Ouvindo teu cantar, tua poesia,
Feliz em saber que cantas pra ela!
Sonia Villarinho