Sossega, mente!

Não sossega a minha mente, como bole

Me perturbando para que eu faça soneto

Vou lhe enrolando, enrolo e não prometo;

Digo-lhe: Já temos dois mil. É mole?

Mas esse argumento ela não engole

Quer que façamos mais, ela é doente

Por fazer versos e me põe na frente,

Eu já nem durmo, quer que eu me esfole.

Sua desculpa é que eu pense no após

Que ao morrer devo deixar muitos escritos

E para atendê-la mato cachorro a gritos

Até minhas calças apertei três vezes o cós.

Matar-nos pra encher de versos o papel?

Amanhã irão rolar por aí ao léo.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 29/06/2014
Reeditado em 04/04/2016
Código do texto: T4862901
Classificação de conteúdo: seguro