DESENLACE DA ALMA
Antes da inércia na frieza da cova escura,
Já sei da morte como passagem natural;
Cuido da melhoria da alma ainda impura;
O umbral faz parte do meu avanço moral.
No ensaio diário de minha morte carnal,
Entrevejo em sonho uma vida de ventura;
A certeza da alma em sua vida espiritual;
O voo da vida real numa elevada altura.
A morte, assim, poderá ser boa ou ruim,
Conforme o estado de desenlace da alma;
Se ela cultiva o amor, o bem, será calma;
Um anjo poderá recebê-la tocando clarim;
Se ela cultiva o ódio, o mal, será incalma;
Mas Deus destina à alma o paraíso, enfim!