IMPIEDOSA SORTE
Por grandes males já passei na vida,
Que tantos suportei sem esperança,
Pois eram tão brutais na segurança
Da minha alma que foi tão oprimida.
No coração a dor de tal medida
Que somente sonhou com a bonança,
A paz interior que o bem alcança,
De mágoa que jamais foi esquecida!
Que mais posso querer da vida ingrata,
Se a paz já não a tenho, e mais me mata,
Por apenas sonhar em ser feliz?
Oh, que impiedosa sorte de meus males,
Antes que de vez já assim me cales:
- Ouve o meu coração que é um aprendiz!