CORDÃO INFINITO
Puxando o cordão dos pensados projetos
que nunca pisaram no chão realidade,
austeros estares por entre concretos,
me assusto embolado em cabal nulidade.
No acúmulo imenso do ríspido fio,
descubro, surpreso, imbecil e medroso,
o tanto de espaço que ocupa o vazio,
eu todo entrançado ao cordão desonroso.
Paixões, covardia, preguiça, temores,
e quanta arrogância, ilusões, desamores
marcaram as fibras em doido roer...
Espera; me acende um corisco bonito;
percebo que neste cordão infinito
realizo o melhor dos projetos: viver.